O tempo cai pesado
sobre os ombros.
Desejos são mascarados
pelo branco dos cabelos
e, soterrados por escombros,
os sonhos se vão, por inteiro
Há milhares de fomes,
as sedes não se abrandam
e os homens envelhecem
No vão das badaladas,
as esperanças tecem abismos
de colorido acinzentado
e infinito ...
Em mim,
dormem profundamente
o medo da morte
e a angústia da vida!
Cansado, já não busco o abrigo
do mundo a saciar nas gargantas
ou do muito a lamentar pelos homens
com fome, com sede e sem nome
sozinho, o ferro
do pêndulo da Senhora da Horas
no olhar que entontece, bambeia,
enquanto a aranha do fim, que espero,
tece sua teia, e brinca comigo!
Mauro Veras
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