Quem tem voz?
Quem tem voz serena pra falar de amor?
Quem tem voz sofrida pra falar de dor?
Quem tem voz vulnerável pra falar do exercício de pensar?
Quem tem voz profunda pra falar de consolo?
Palavras podem exprimir mensagens duradouras, elevadas.
E podem transmitir desconstruções.
A linguagem poética é sempre nova, sempre um manifesto.
Pode impressionar, pode intuir desafios, pode alegrar e magoar.
Mas, abster-se das palavras, pode deixar resquícios
de indagações permanentes do nosso tempo.
Quem não diz o que pensa, não colabora com as deficiências.
Manifestos, na verdade, são, um conjunto de combustíveis
que pode capacitar, definir, cobrar, porque palavras, podem,
infelizmente enganar, criticar desnecessàriamente, impor
absurdos e até liderar.
Inspirações covardes, podem culpar.
Mas boas palavras podem unir, impulsionar.
Expor sentimentos, contar sobre os nossos pensamentos,
é algo bastante grande.
Não relegue palavras ao esquecimento.
Somos fracos, somos fortes, somos persuasivos, somos
amargos, somos doces, somos constantes nas alegrias
e nas aflições da vida.
Veja, ouça, viva, grite!
Preste um serviço.
Não vale só murmurar.
Cecília Fidelli. |
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