14 de Maio de 1988 - Por: Jair Martins.
Manhã de 14 de maio de 1888
O sol companheiro sorri.
Minha gente de pele escura,
Pela primeira vez livre em terra estranha,
Caminha dispersa, subindo os altos e chapadas,
À procura de abrigos nesse Brasil inverso.
Receberam asas....presas
Asas de uma liberdade mascarada
Sob a tinta de uma pena,
Na mão submissa, a uma vontade forçada.
Mas, receberam asas....para voar,
E o seu território conquistar.
Minha gente de pele escura,
Dantes fechadas nas senzalas
Hoje, perdidas no mundo obscuro
Da verdade racista que cala,
E que pelo menosprezo fala.
Mas, minha gente de pele escura
É guerreira e não se curva.
Povo nômade, que em retirada ,
Deixam pra trás o calabouço,
Dos homens brancos o açoite.
Um novo estilo o assume,
A discriminação da raça
novamente os pune.
Mas, minha gente de pele escura,
tem destino, seus direitos que o intimam
Manhã de grande esperança,
aquela de 14 de maio de 1888.
Cento e dezesseis anos depois,
Peregrinos de um verde desfigurado
Pela razão das mentiras alçadas,
Do Império a desdita que ainda grita.
Mas, meu povo de pele escura,
Não desiste, na sua vitória insiste.
Gente brava,
essa minha gente de pele escura.
Quanto orgulho temos de nós mesmos,
Somos bravos sim,
Alicerce de culturas
extraídas na nossa conivência pura.
Manhã de 14 de maio de 1888,
Manhã de 14 de maio de 2004,
Manhãs entre essas duas datas,
Minha gente se multiplica em
Cidadãos brasileiros,
Que solidificam suas raízes,
No sangue afro-brasileiro,
Que avançam sempre na conquista
De uma nova manhã, sem preconceitos,
para um futuro com bons feitos
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