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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tiros no Rio.

TIROS NO RIO

Eu perco o chão, minha
alma se perde e meus olhos pesam uma tonelada. E mais uma vez, sou
atormentado pela notícia de que um louco várias crianças, deixando outras tantas feridas.
Não é este o louco que o mundo precisa. O louco deve ser alguém que
enxerga anjos em nuvens, que conversa com borboletas e tenta plantar
flores no asfalto.
Mas este tipo de louco, vítima de uma sociedade
opressiva, materialista, discriminatoria e religiosa hipócrita, explode
seu cérebro contra outros humanos, porque enxerga inimigos por todos os
lados.
Neste exato instante, os donos dos meios de comunicação
comemoram. Enquanto abrem seu champanhe à audiência de mais uma
tragédia, o meme da loucura destrutiva se espalha. Outros loucos errados
afiam suas facas e carregam seus revólveres. Po...rque o mal se torna
bom, quando a sociedade abençoa famosos e comprime os comuns. A
sociedade não quer mudança, pois o êxtase e violência são adrenalina e
orgasmo. Datenas e funcionários de padarias que os assistem são tão
assassinos seriais quanto os outros, extasiando-se impunemente às custas
de entidades sub-humanas. Eu, não. Sinto os tiros perfurando meu peito e
facas rasgando meu ventre. Mas amanhã é outro dia. Amanhã ninguém mais
se lembrará disto. Ninguém vai perder seu sono. Nem Deus, caso exista. A
"vida", palavra de sentido duvidoso, segue, e é preciso cultivar a
demência cotidiana.

Rinaldo Papoy

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