Capítulo 20
- Quem é o senhor?
- Carma moço, o sinhô carece de ajuda!
O homem era velho e tinha os poucos cabelos que ainda lhe restavam brancos, parecendo um algodão.
Era negro, Caio já ouvira falar de um velho escravo que vivia nas montanhas, seria ele?- Quem é o senhor?- Vassunce carece de um pano pra se cobrir moço, aqui em cima faz muito frio!- O ermitão como era conhecido morava por ali há muitos anos, era escravo e fugira ninguém nunca o encontrou, devia ter quase uns cem anos, era um sábio e muitos na antiga aldeia, agora vila acreditavam que ele podia fazer milagres e curar pessoas, pois sabia fazer remédios caseiros melhor que ninguém. Caio ganhou roupas do ermitão e aceitou ser seu hóspede naquele casebre coberto de palha e feito de barro do homem. A noite o velho acendeu uma fogueira e os dois conversaram:- O senhor mora há muitos anos por aqui?- Tanto tempo que nem lembro mais!- Conhece por acaso aquele castelo em ruínas que fica para o lado esquerdo daqui?- O velho escravo acendeu o cachimbo e riu, um riso matreiro que revelou os dentes podres naquela sua boca murcha de velho:´- Vassuncê nunca ouviu falar da baronesa e do barão Bórgia?- Não o senhor podia me contar?- Pois eu já fui um escravo daqueles dois...
Voltando no tempo...
A história dos Bórgia
A história da baronesa era antiga e apenas algumas pessoas mais velhas a conheciam e sabiam o que se passara naquele castelo amaldiçoado nas montanhas.
Alicia Tudor era apenas uma menina de 12 anos quando foi acertado seu casamento com o Barão Henrique Bórgia da Áustria, ela nem sabia o que era casar mas foi obrigada a acertar o acordo feito entre os seus pais nobres e a família do barão, em troca de prestígio e poder o general Karl Tudor seu pai entregou a filha aquele homem de 50 anos, mais ou menos. Depois do casamento o barão mudou-se para as terras do novo continente se encantou pelas maravilhas tropicais do Brasil, em suas terras ele e Alicia, ali ele construiu a custo dos seus escravos aquele castelo onde a pobre menina teve sua noite de núpcias.
O barão se aproximou dela com carícias:- Já está pronta meu amor?- Para que?- Não seja tola tire as roupas menina!-A pobre coitada foi brutalmente violentada, tentou escapar e acabou sendo espancada por aquele homem terrível, aquela noite a deixou traumatizada e a partir daí Alicia começou a perder o juízo, depois de se satisfazer roncou feito um porco, ela chorava baixinho de ódio, medo e nojo daquela criatura, passou então a elaborar seu plano de vingança.
Aos 14 anos a baronesa conheceu um escravo e começou a dormir com ele quase todas as noites que o barão não estava em casa o barão descobriu e resolveu castigá-lo surrando-o até a morte na frente dela, mas a baronesa teve muitos outros homens tornando-se uma devassa, mesmo com ódio profundo daquele homem fazia amor com ele se entregava aos prazeres da carne a ponto de pedir que ele lhe ensinasse seus métodos de tortura. Alícia passou a torturar e matar as moças pobres escravas, chicoteando-as e no auge da sua loucura chegou a banhar-se no sangue delas, acreditava que assim sua pele ficaria mais saudável e ela mais jovem, os escravos passaram a odiá-la.
Continua...
Capítulo 21
- Então passaram a cuidar pra que a véia bruxa morresse, He, He, He!- Caio estava cada vez mais interessado na história:- Conte mais ermitão!- O sinhô quer um trago?- Não, só quero que o senhor continue a história, por favor!- Bem, adispois numa noite de lua cheia os escravo fizeram um ritual de magia das braba, lá dos nosso orixá africano e a bruxa foi amardiçoada, a mardita foi condenada a virar lobo toda noite de lua!-
Voltando no tempo...
“ Numa noite de lua cheia os escravos saíram da senzala e se refugiaram nas imediações da propriedade dos barões e fizeram um ritual de magia negra invocando os antigos deuses africanos, sacrificaram um bode e colocaram em volta dele velas negras, um lobo selvagem e faminto comeu a carne do lobo.”
Continua...
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